A história da Assembleia de Deus no Brasil é uma narrativa emocionante de fé, perseverança e crescimento espiritual que teve início há pouco mais de um século. Esta jornada começou em 1911, quando dois missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram ao porto de Belém do Pará, impulsionados por uma visão divina e pelo fervor do recente movimento pentecostal.
Berg e Vingren, inspirados pelo Avivamento da Rua Azusa em Los Angeles (1906), trouxeram consigo a mensagem do batismo no Espírito Santo e a prática dos dons espirituais. Inicialmente, eles se juntaram à Igreja Batista local, mas logo suas pregações sobre o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas causaram divergências.
Em 18 de junho de 1911, nasceu oficialmente a Missão da Fé Apostólica, que mais tarde se tornaria a Assembleia de Deus. Os primeiros cultos eram realizados na casa de Celina de Albuquerque, uma das primeiras convertidas. O movimento cresceu rapidamente, atraindo pessoas de todas as classes sociais, especialmente os mais humildes.
Na década de 1920, a igreja começou a se expandir para além do Pará. Missionários brasileiros, muitos deles convertidos pelos suecos, levaram a mensagem pentecostal para outros estados. Entre eles, destacam-se figuras como José Plácido da Costa, que fundou a Assembleia de Deus em Alagoas, e Cícero Canuto de Lima, pioneiro no trabalho no Ceará.
Um marco importante foi a chegada do missionário canadense Samuel Nyström em 1916. Ele desempenhou um papel crucial na organização e expansão da igreja, especialmente no Norte e Nordeste do Brasil.
Na década de 1930, a liderança da igreja começou a passar para as mãos de brasileiros. Paulo Leivas Macalão, convertido em 1922, tornou-se uma figura proeminente, fundando o Ministério de Madureira no Rio de Janeiro em 1930. Seu trabalho foi fundamental para a expansão da igreja na região Sudeste.
Os anos 1940 e 1950 viram um crescimento explosivo da denominação. Líderes como José Wellington Bezerra da Costa (que mais tarde se tornaria presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - CGADB) e José Pimentel de Carvalho emergiram neste período, contribuindo para a consolidação e expansão da igreja.
Em 1960, foi realizada a primeira Escola Bíblica de Obreiros (EBO), um marco na formação teológica dos líderes assembleianos. Nesta década, a igreja também começou a utilizar meios de comunicação em massa, como o rádio, para propagar sua mensagem.
Nos anos 1970 e 1980, a Assembleia de Deus continuou seu crescimento, enfrentando desafios como a necessidade de maior estruturação e a formação de lideranças. Figuras como Geziel Nunes Gomes e Silas Malafaia ganharam proeminência neste período.
O final do século XX e início do XXI viram a Assembleia de Deus se tornar a maior denominação evangélica do Brasil. Líderes como Samuel Câmara e José Wellington Bezerra da Costa Júnior continuaram o legado de seus predecessores, adaptando a igreja aos desafios da era moderna.
Hoje, mais de um século após sua fundação, a Assembleia de Deus no Brasil é uma força significativa no cenário religioso nacional, com milhões de membros e uma presença em praticamente todos os municípios do país. Sua história é um testemunho do poder transformador da fé e da dedicação incansável de homens e mulheres que acreditaram na mensagem pentecostal.
Esta jornada centenária da Assembleia de Deus no Brasil continua a inspirar novas gerações de fiéis, mantendo viva a chama do avivamento que começou com dois missionários suecos em uma pequena igreja em Belém do Pará.